o cérebro infantil - estímulo - estresse
- Rosana Freneda
- 26 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Até meados do século passado, o conhecimento sobre o cérebro da criança foi de que era estático e imutável e que nada poderia ser feito para seu amadurecimento. Hoje, os cientistas o entendem como dinâmico e que, estimulado, se transforma. Da mesma maneira, poderá atrofiar-se se for confinado a um ambiente monótono e pouco estimulador.
Cientistas de Berkeley que estudavam comportamentos de ratos de laboratórios criaram “ratos em ambientes distintos, num dos casos, constituído por uma gaiola ‘desafiadora’ equipada com brinquedos e osbstáculos onde 12 ratos disputavam o espaço e uma outra gaiola ‘empobrecida’, sem estímulos, onde o rato permanecia solitário. Após diversas experiências análogas foi possível examinar o cérebro desses animais e constatar que os criados na ‘gaiola desafiadora’ possuíam química cerebral bem mais densa que outros, em provável decorrência desse treinamento. Mais ainda, a experiência foi repetida com inúmeros outros grupos de ratos e, quando eles foram mortos e seu cérebro cortado em fatias finas, percebeu-se variações da espessura do córtex cerebral que chegava a ser cerca de 6% mais espesso que o córtex dos ratos criados em ambientes pouco estimulantes. Essa diferença de espessura é extremamente significativa e caracterizava a extraordinária diferença entre ratos ‘inteligentes’ e ‘tolos’. (ANTUNES, Celso, Educação Infantil – Prioridade Imprescindível, 9ª. ed. Editora Vozes – Petrópolis-RJ – 2017 – página 27)
Desde 1990 os cientistas comemoram os avanços da compreensão do cérebro infantil e como se processa a informação e constrói o conhecimento. Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento do cérebro. As experiências em ambientes estimuladores moldam a estrutura cerebral da criança.
“A mente infantil é um conjunto fantástico de células nervosas colocando em contato bilhões de neurônios e de correntes eletroquímicas em agitação permanente, formando uma consciência dinâmica que rapidamente se transforma.”( ANTUNES, Celso, Educação Infantil – Prioridade Imprescindível, 9ª. ed. Editora Vozes – Petrópolis-RJ – 2017 – página 21)
O estudo do cérebro pelos cientistas estão ratificando a afirmação de Platão que afirmava que toda aprendizagem tem base emocional. Assim como o estresse surte efeitos contrários, pois o cortisol liberado como consequência de excesso de estresse tem efeitos negativos sobre as estruturas cerebrais.
“(...) a presença de professores agressivos ou de alunos que maltratam seus colegas desencadeiam uma resposta de estresse similar à provocada por estímulos que ameaçam a sobrevivência de um indivíduo” ( Desenvolvimento Cognitivo e Educação, pág 110, 2014).

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